Quando, em 1991, me iniciei na prática da Psicologia Clínica estava muito longe de saber ainda o quanto cada Paciente me haveria de ensinar. Aprendi que cada história de vida é mais que uma sucessão de ocorrências, antes uma narrativa, por vezes dolorosa, outras indizível e que somente a escuta cúmplice e fundamentada permite apreender no que é dito para além das palavras, dos gestos e dos olhares com que se faz o quotidiano.
Hoje sinto-me grato a cada qual que em mim confiou, porquanto me permitiu reconhecer da nossa comum e humana fragilidade. Hoje sei que o difícil de cada um é possível ser reparado. Hoje sei que o impossível de alguns apenas carece de mais tempo.
João Lázaro